segunda-feira, abril 21, 2008


Piadas

Por que será que as melhores piadas, as universais, simplesmente sucumbem nas bocas de certas pessoas? Não sei ao certo a razão.

Mas há uma regra. Se alguém deseja estragar a piada do início, comece com a frase:
- Vocês vão morrer de rir com essa piada!

Não, não! Mil vezes não! Quando ouço essa frase e suas variações já começo a pensar - Devo encontrar meus sentimentos mais altruístas e compassivos
no íntimo, para corresponder às expectativas. Devo morrer de rir -. Quanto mais penso assim, mais deprimido fico e não posso oferecer mais que a esmola de um sorriso amarelo.

Talvez o ritmo tenha papel decisivo na destruição de uma piada. Meu Deus, quanta piada já foi para o ralo por uma sincopação de mau gosto, por o final dito na hora errada ou pelo enredo ser tão lento que não sobra paciência para o desfecho. Essa última situação é agravada, quando o final fica evidente no começo. Piada assim é tortura!

Escuta, ainda tem gente que acha graça em piadas machistas, étnicas e religiosas? Por favor, me poupem!

E quando o contador da piada começa a gargalhar desde o início? A aflição se multiplica, a ansiedade se instala. Começamos a rir da gargalhada dele, por cortesia, até que se recomponha para pronunciar palavras mais inteligíveis. Nesse ponto já está na hora de ir embora!

Não sei se essa constatação veio porque estou ficando velho, mas parecem haver muito poucas piadas no mundo. Parece que estou ouvindo as mais novas pela terceira vez. Alguém tem uma piada realmente nova?
Piadas, talvez essa seja uma instituição que não evoluiu. Talvez acordei um pouco deprimido!
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