terça-feira, abril 22, 2008

É Laço!

Até onde me lembro, nunca dei o laço do tênis com o velho método 'orelhinhas de coelho'. Há que se ter muita imaginação? Segura-se os cadarços como que fazendo duas orelhas. Para isso usa-se a habilidade que, em matéria evolução, nos mantém anos-luz à frente de outros animais (os quais não usam sapatos) - o 'formato pinça' que os polegares opositores podem proporcionar.

O que se segue é cruel! As orelhas se cruzam e tocam em suas metades. A orelha de trás recurva-se e projeta-se para frente sobre a outra. Daí, dobra e se mete pelo vão que a posição gerou. Finalmente, a pinça da mão direita a puxa para fora no sentido contrário e a pune com a puxadela final. Funesto!


Sempre me vali do que achava mais lógico e adulto: a mão direita agarra o que prefiro chamar de 'o chifre do unicórnio', cujo sentido mitológico acredito ser mais rico que o lebre do método anterior. A outra parte do cadarço, desdobrada, laça o corno seguindo sua espiral. A seguir, cria-se a rédea desse cavalo fantástico. Esse método supera o anterior pela atração que esses seres mitológicos têm pelas virgens e vice-versa (Vide a pintura de 'Virgin and Unicorn' de Palazzo Farnese).

Ao descobrir que o objetivo da aproximação da virgem ao pobre cavalo era entregá-lo aos caçadores, desisti do método. Veja o texto atribuído a Leonardo da Vinci.

"O unicórnio, através da sua intemperança e incapacidade de se dominar, e devido ao deleite que as donzelas lhe proporcionam, esquece a sua ferocidade e selvageria. Ele põe de parte a desconfiança, aproxima-se da donzela sentada e adormece no seu regaço. Assim os caçadores conseguem caça-lo."

Funesto!

Estou muito mais feliz com a minha mais nova habilidade. Veja meu método na figura abaixo. Estou ocupando muito menos tempo com as divagações.


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