domingo, outubro 28, 2007


Átimo

Ah! A vida! Nos esconde sua efemeridade.
Silencia o bip da contagem regressiva;
A chama da vela desvia a atenção da cera que se consome;
Quando, de relance, olhamos para trás, quanto já se foi!
Quantos amigos, amores, ares e lugares!
Juventude fugidia!
Oh! Vida, por que, dissimulada, permite tratar-te como eterna e não raras vezes nos arriscar no desperdício?
Ah! A vida! Única, travestida da multiplicidade.
Caleidoscópio entorpecente.
Ajo como se mil de ti existisse e invisto essa primeira como um assalariado que recebeu adiantado seu primeiro soldo.
Oh! Vida, por que não assumes tua identidade e nos mostras que o fim é ainda mais próximo que o prazo decorrido?

Abdalan em 17 de Julho de 2006
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